Autossabotagem

Envenenei-me, e, lentamente, estou morrendo um pouquinho a cada dia. Abandonei-me em uma sala fria, jogada ao chão. Deixei de ser eu mesma, para entrar na moldura dos outros. Eu tenho sido muito ruim comigo mesma. Tornei-me uma mentirosa. 

Naufraguei na minha autocobrança, pois querer fazer o melhor estraçalhou-me, porque o perfeccionismo nos torna pessimistas. Não conseguia aceitar os meus erros como algo normal, eu disse a mim mesma que as minhas falhas me definiam. Parei de vislumbrar coisas boas em mim, deixei apenas os empecilhos na superfície. Dizia-me que eu era uma pessoa horrível, e que os outros também achavam isso. O grande problema está aí: pensar nos outros e esquecer de mim. Eu queria ser a melhor versão para os outros, não a melhor versão para mim. 

Definem “inimigo” como aquele que odiamos, contudo inimigo é quem mais precisamos amar, mas mesmo assim abanamos – nós. Eu me tornei a minha pior inimiga. Passei a sussurrar inúmeras mentiras aos meus ouvidos, acreditei que eu era uma falha. Todavia, percebi que eu estava me autossabotando. Acreditei nas minhas mentiras, enquanto permanecia incrédula diante da minha verdade. 

Acredite no que você é, não nessas coisas ruins que você inventa. Pare de se tratar assim, pare de mentir para si. Há coisas boas em você, então pare de se recusar a ver. Faça as pazes consigo. Deixe os outros para lá, isso não depende deles. Só peço que tu não te abandones. Fique aqui, consigo. 

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