Qual é o seu mundo preferido?

Sou fascinada pelo universo da Seleção, conheci a série aos meus 12 anos, na biblioteca da escola, foi amor à primeira página.

O hábito da leitura não era algo presente em minha vida. Eu lia, mas apenas livros sobre astronomia, pois eu queria ser astronauta, entrar em um foguete com trajes espaciais e explorar o cosmo. Certo dia, resolvi me desafiar a ler algo diferente, portanto escolhi um livro que possuía uma garota ruiva, que usava um vestido azul turquesa, em sua capa. Sou apaixonada por vestidos, então achei aquele livro perfeito. — Não julgue o livro pela capa, apenas admire a capa. A garota do vestido pede uma calça ao príncipe.

Aquele livro sem imagem alguma foi algo novo. O que eu faria com aquele monte de letras? Falam sobre usar a imaginação, todavia eu não sabia que seria capaz de transformar as palavras em cenas. Parece magia, o livro some e você começa a vislumbrar a história.

Eu descobri que ler não era algo chato, e sim, fantástico. Atualmente, a garota que amava o espaço e queria ir para a lua, apaixonou-se tanto pelos livros, que começou a criar o seu próprio universo, e vive com a cabeça na lua. Não é astrônoma, mas é capaz de observar as estrelas e escrever uma poesia. Ela tornou-se escritora.

O que é seu chega até você, o que não é seu, corre de você.

Temos o hábito de dizer “se eu tivesse feito algo diferente, teria dado certo”. Mas não se engane, se você arrumasse uma solução para um problema passado, acreditando que isso faria as coisas darem certo, sinto muito em te dizer, mas o problema, assim como você, também arrumaria um outro jeito de aparecer. 

Se algo deu errado, é porque aquilo não era para você. Na hora nos sentiremos impotentes, porém perceberemos que aquele não era o nosso caminho, não era o melhor para nós. Mesmo com tantos empecilhos, aparecerá algo extraordinário pela frente. 

Eu assistia a uma novela na qual o protagonista nós dizia que “tudo que acontece de ruim, é para melhorar”, e isso é uma verdade inestimável. Primeiro, as coisas dão muito errado, até mesmo aquilo que juravámos ser certeiro. Chegamos a ficar incrédulos diante de uma melhora, pois a realidade é assustadora. Tudo parece desmoronar, um pedacinho de cada vez, então ficamos sem chão. 

A mudança acontece quando ficamos sem chão, pois aprendemos a voar. Assim, suscita um novo caminho, e dessa vez, ele nos leva a um lugar incrível, que nunca imaginamos ser possível. 

Somos apressados demais, contamos as horas através de relógios. Acreditamos nas 24 horas, queremos acordar no outro dia com tudo melhor, mas esquecemos que Quem realiza os nossos sonhos, não usa relógio. Ele tem o Seu próprio tempo, acalme o seu coração. As coisas ainda vão dar certo. 

O bem alheio

Minha mãe estava me contando a respeito de uma missa que ela havia ido. Na celebração, o padre dizia que nossos verdadeiros amigos não são apenas aqueles que nos ajudam na adversidade, mas, principalmente, aqueles que ficam ao nosso lado diante das nossas conquistas.  

Devemos ser gratos a quem nos dá a mão quando precisamos, todavia você já prestou atenção em quem está ao seu lado quando as coisas dão certo? Afinal, “as pessoas querem te ver bem, mas não melhor do que elas”. Todos querem o seu bem, desde que você não prospere mais do que eles, pois se você conquista algo bom, eles param de torcer por ti, e começam a te invejar.

Não levaremos em consideração quem se aproxima só quando estamos bem sucedidos, pois esses já são reconhecidos como traiçoeiros. Entretanto, quem já está conosco, e mesmo diante do sucesso, não nos deixa de lado. Sabe reconhecer que somos merecedores, pois acompanharam a luta que travamos para chegar onde estamos. 

Dessa forma, devemos ficar atentos às pessoas que expressam desdém quando falamos sobre os nossos triunfos. Uma vez que o ideal é manter ao nosso lado quem está sempre conosco: aquele que nos dá a mão, mas também consegue nos aplaudir. 

Sonhos

Os nossos sonhos são a única coisa capaz de nos manter vivos. Entretanto, não estamos a falar sobre os sonhos que tens ao dormir, e sim, sobre o que te faz querer levantar da cama todos os dias. 

É necessário ter um motivo para continuar aqui, por isso precisamos de um propósito, e para termos um propósito, é preciso sonhar. Só os sonhos são capazes de nos tirar da inércia. Além disso, eles são responsáveis por deixar a nossa vida mais feliz. 

A modéstia pode ser renunciada, pois “sonhar grande e sonhar pequeno dá o mesmo trabalho”, como Jorge Paulo Lemann nos ensinou. Contudo, não deixe que os outros interfiram nos seus sonhos. Lembre-se que és o único que precisa acreditar em si, porém não esqueça que é necessário ter um trabalho árduo para que eles se concretizem, pois do céu, só a chuva.

08.09.2021

Às 3h da madrugada, acordei com a Mica miando pelo apartamento. Fui até a cozinha para conferir se ela não estava destruindo tudo por lá. Entretanto, estava tudo normal, então conjecturei que ela queria apenas comida. Eu ainda estava sonolenta, sendo assim, deitei-me novamente. 

A Mica nunca foi de ficar pertinho de mim, sempre respeitei o espaço dela. Contudo, estranhamente, nessa madrugada, no mesmo instante em que eu deitei, ela veio deitar-se comigo. Ela acomodou-se em cima das minhas pernas, e eu já estava tentando dormir. Após algum tempinho, ela saiu de cima das minhas pernas e deitou ao meu lado. Dessa forma, senti-me livre para mexer as minhas pernas, porém o problema começou aí – eu senti um molhado, e pensei: não acredito que ela fez xixi em cima de mim. Fui passar a mão nela, e tateando, ainda no escuro, senti uma “coisinha”. Levantei correndo para acender a luz. Não acreditei no que eu vi: a Mica deitada já com um gatinho mamando. 

Eu fiquei muito feliz com aquela cena. Nunca havia visto um gatinho recém-nascido, estava desnorteada. Pensei em tirá-los da minha cama, porém não sabia como pegar os dois juntos. Aproveitei para tirar algumas fotos e filmar, mas então suscitou um segundo filhote. Se eu não sabia como tirar 2 de cima da minha cama, imagina 3. Ela abriu a bolsa e o filhote já foi mamar. 

Às 4h, o terceiro filhote nasceu. Meu irmão acordou, então eu o chamei para olhar os gatinhos que nasceram. No entanto, um tempo depois, a Mica ainda não havia aberto a bolsa do terceiro filhote. Resolvi não interferir, pois dizem que a gata consegue fazer tudo sozinha. Às 5h, minha mãe acordou para levar meu irmão mais novo ao banheiro, portanto eu também contei o que tinha acontecido. Ela foi ver os filhotes e o terceiro ainda estava do mesmo jeito, e a gata estava deitada. Minha mãe disse que eu teria que estourar a bolsa, senão o gatinho morreria. Sendo assim, eu abri aquele “plástico” e cortei o cordão umbilical. Tentei entregar o gatinho para mamar na mãe, todavia ele não conseguia de forma alguma. Ele já estava ficando gelado, a solução foi usar uma seringa para alimentá-lo. Depois o entregamos para a Mica novamente.

Decidi tirá-los da minha cama, porém constatei que o cordão umbilical do segundo não havia sido rompido, então o cortei. Minha mãe passou a mão na barriga dela e disse que sentiu uma cabecinha, tentei sentir, mas não consegui. Tirei os gatinhos da minha cama, e limpei um pouco do sangue que estava nela. Às 6h descobri que minha mãe estava certa, pois veio o quarto gatinho. Nesse caso, também tive que abrir a bolsa e cortar o cordão umbilical. 

Peguei uma cobertinha e coloquei a Mica e os gatinhos para mamarem. O terceiro filhote ainda estava gelado, e não conseguia mamar, portanto o coloquei bem pertinho de outros, até que ele conseguiu. Assim, alimentei a Mica na posição que ela estava, e deixei ela aproveitar o momento. Ela se mostrou uma mamãe muito carinhosa, com os filhotes, e até mesmo conosco. 

No entanto, só após ajudar no parto da gatinha que eu fui tomar o meu banho. Eu achei que ela havia feito xixi em mim, entretanto descobri que na verdade ela foi me pedir ajuda. Ela deu à luz ao seu primeiro filhote bem em cima de mim. Dizem que a gata não gosta que fique perto dos filhotes, contudo se eu saio de perto dela, ela deixa os filhotinhos para ir atrás de mim. E se você colocar a mão nos filhotes que estão mamando, ela abraça a sua mão junto a eles.

Está sendo um momento mágico, entretanto, infelizmente, os gatinhos terão que encontrar um novo lar, onde farão diferença e felicidade na vida dos seus tutores. Mas enquanto isso não acontece, eu posso aproveitar os nenéns felinos.  

1° de setembro – dia da bailarina

O Ballet sempre foi uma paixão para mim, talvez até mais do que isso: um sonho! Meu grande sonho sempre foi ser bailarina, e dançar ao som de uma linda melodia. SEMPRE.

A dança está presente na minha vida desde pequena. Ao assistir um desenho animado, não me continha quando passava a abertura, e dançava. Os domingos costumavam ser animados, pois tinha Faustão, então eu imitava as bailarinas. Confesso que Calypso era algo que eu amava, não podia tocar que eu já estava dançando, pois ver a Joelma dançar fazia com que eu desejasse ainda mais aquilo. Depois a minha deusa se tornou a Shakira, eu e as minhas primas ficávamos escutando o CD dela e dançando. Nos festivais escolares, eu costumava ser a responsável por montar a coreografia e ensaiar as meninas, e eu simplesmente amava aquilo. A escola e a dança possuíam um elo.  

Infelizmente, embora eu dançasse, eu ainda não fazia o que eu queria: o ballet. Eu não entrei em uma escola quando eu era pequena, então convivi com as pessoas falando asneiras o tempo inteiro. Eles disseram, quando eu ainda era uma criança que “seu corpo já é duro, não tem como você fazer”, e eu achei que fosse verdade, e carreguei isso comigo. Acredito que o motivo nunca foi o meu corpo, por mais que eu não seja uma pessoa com flexibilidade. O grande problema é que elitizam a arte, acreditam que a arte é apenas para os escolhidos, para quem pode. Dessa forma, sempre tentam deixá-la longe de nós. 

Então eu parei de dançar, deixei um pouco de mim morrer. Eu preferi acreditar nos outros, e renunciar a mim mesma. Aos 15 anos eu tentei entrar em um curso, mas a moça falou que as aulas eram apenas para as menores. Algum tempo depois, eu mudei de cidade. De repente, comecei a vislumbrar inúmeras escolas de ballet pelas as ruas que eu passava. Shakespeare nos disse “duvide até da verdade”, então comecei a me questionar se realmente era tarde para começar a dançar ballet. Dei um “Google” e descobri que isso era um mito, não há idade para se iniciar o ballet, algumas começam com 15, outras, 30. Dizer que “nunca é tarde demais” parece o maior clichê que existe, embora possa soar utópico, é uma grande verdade, que costumamos negar. 

Uma coisa estava decidida: eu começaria a fazer ballet. Com a minha mãe ao meu lado, consegui realizar esse sonho. Além disso, descobri que sonhos não morrem, eles sempre habitam um pedacinho de nós, e quando se realizam, eles evoluem. Se meu sonho era fazer ballet, eu consegui, agora meu sonho é dançar graciosamente em um teatro por aí. 

Mingau, gato de bruxa

Eu estava caminhando com a minha mãe em direção ao supermercado. Atravessamos a rua e de repente começamos a ouvir um certo ruído. Como estávamos perto de uma área de preservação ambiental, aquele barulho poderia ser oriundo de qualquer animal que estava no meio da mata. O som despertou a nossa curiosidade. Entretanto, continuamos seguindo o nosso caminho, e quando passamos perto de uma certa árvore, conseguimos distinguir o ruído: era um miado fraco e desesperado. Paramos um pouco, mas ainda não víamos o animal. Ele devia estar debaixo da árvore, mas o caule da árvore não era visível por causa de uma outra planta que o cobria com suas folhagens. Sendo assim, eu abaixei e coloquei as folhas para o lado, e revelou-se o gatinho. Ele era pretinho – eu sempre quis ter um gato preto. Minha mãe, que desfruta de um coração maravilhoso, repentinamente disse:

-Pega ele, Carol. 

Eu o peguei, e ele não hesitou.

-Esse é o Mingau, gato de bruxa. – Ela disse ao observá-lo.

No mesmo instante conjecturei que ele havia sido jogado ali por ser preto. Em virtude disso, se não o pegássemos, ele morreria de fome. Infelizmente há uma forte crença de que gato preto traz azar, e eu coincidentemente o achei 6 dias após uma sexta-feira 13. Animais com essa cor de pelagem sofrem muito, sempre são os últimos a serem adotados, e se “forem” adotados.

Eu vestia uma blusa xadrez verde, então a tirei e enrolei o gatinho nela, pois sabia que, naquela situação, ele precisava de cuidados, e eu não podia ficar o abraçando, afinal, quando o bichinho está na rua ele fica propenso a transmitir doenças. E eu aprendi isso da pior forma, uma vez que ainda estava me recuperando de uma verminose que peguei ao acariciar um animal de rua. Depois que os remedinhos do Mingau estavam em dia, virei um chicletinho.

Menos de um mês após o resgate, eu me mudei, mas não o abandonei. Tratei de providenciar uma caixinha e trouxe-o comigo. Hoje ele dorme na minha cama e me acorda todos os dias pedindo comida. Se a minha mãe chega da rua ele logo acorda para saber o que ela trouxe. A felicidade se encontra nesses detalhes, e eles são capazes de nos mudar. 

Salvei uma vida que salva a minha todos os dias. Adotar um animal traz inúmeras responsabilidade, mas também um amor incondicional que nos envolve de uma maneira incrível e encantadora. Adote um animal, e veja como um bichinho é capaz de mudar a sua vida. 

Xadrez

Se tem uma coisa que eu amo é xadrez, embora até aulas de xadrez eu já tenha feito, não estou falando do jogo, e sim, da estampa. Não sei dizer de onde surgiu esse amor, mas sempre quis ter uma blusa de frio xadrez. Eu via todo mundo com uma e achava a coisa mais linda do mundo, todos pareciam ter, menos eu. Enfim, eu realmente não era todo mundo. Após rodar várias lojas e não achar em nenhuma delas uma blusa xadrez, já estava indo embora. De repente passo em frente à uma loja de festas, era época de São João. Achei a minha blusa na vitrine dessa loja, eu a comprei e fui supercontente para casa.

Anos se passaram e eu continuei apaixonada pelo xadrez, ganhei outra blusa xadrez de presente da minha avó. Com o tempo, a primeira blusa que eu havia comprado parou de servir, fiquei triste, porém já tinha outra e comecei a usá-la com mais frequência. Um dia fui comprar uma calça jeans, e nessa loja achei outra blusa xadrez e não resisti. Depois de um tempo, ganhei outra blusa xadrez, dessa vez do meu irmão mais velho.

Após a minha ambição pelas blusas xadrezes, comecei a ver várias pessoas a usar saia xadrez, e eu de novo já estava cobiçando essa peça. Procurei, procurei… Não achei essa peça em nenhuma loja. Pensei na hipótese de pedir pela internet inúmeras vezes, mas eu gosto de experimentar as coisas antes de comprar, sempre acontece de algo ser lindo no manequim, você veste e não fica tão legal assim. Afinal, nosso corpo não é igual ao do manequim.

Certa vez estava dentro do carro com a minha mãe, minha saga a procura de saias xadrez não havia acabado. Eu olhava atentamente cada vitrine, para achar a saia dos meus sonhos. Falhei várias vezes, mas nunca desisti da minha procura. Nesse dia eu estava olhando através do vidro do carro procurando a peça pelas lojas, e finalmente deu certo. Eu a achei. Minha mãe estava indo para outro lugar, contudo pedi para que passássemos na volta e buscássemos a minha saia. Demorei 3 anos ou mais para achá-la, mas valeu a pena. Pretendo comprar mais peças xadrezes, porque o meu amor pelo xadrez é incondicional. Há coisas que gostamos e não sabemos o porquê, mas gostar daquilo nos faz tão bem. Não é mesmo?